quarta-feira, 30 de março de 2011

F.

E de repente não havia mais
verdade.
Era o Caos e o Ser. Um amontoado
de lagartos que banhavam colibris

O fim do verbo - a vontade de
amarrar cabelos curtos demais
E amar

quarta-feira, 16 de março de 2011

.

Eu dizia que o tempo
parava
e ninguém acreditava
porque a Terra ainda
girava
e o dia nascia e morria
eu entendi
que eternidade não é
quando o presente não acaba.

terça-feira, 15 de março de 2011

pt. IV de IV

Um tabefe se fez necessário. Em seguida a reconciliação:
- isto não é um desapego. Eu te desadoro
Posto que
Mentira; desadorava a sobra do momento, a adoração se fazia em cada suspiro
Fim

.

Coçou os olhos em busca de um delírio. encontrou a carne das pálpebras e sentiu que enxergaria através delas
Ao longe anunciavam "os interessados que se atirem. a ponte é de domínio público."

pt. II de IV

"meus pensamentos são tão pontudos que poderia lhe furar os olhos"
não o fez
"a claridade me incomoda tanto que taparia o Sol com uma peneira e faria dar certo só por teimosia"
não o fez
etc etc

A razão dessa escrita (e por que não dizer, escritura) são os desacontecimentos da vontade.

Blowing Lungs Like Bubbles

É como esperar o tempo da descência para amar alguém - não há amor que se faça indecente ou sentido que seja durável.

domingo, 13 de março de 2011

pt. III de IV

virou pro lado - enfartou-se das
sugestões.
posteriormente, infartou-se delas

ato

O final sempre se perde.
esse é o princípio de uma narrativa sobre nada. Inconstantemente, essa falta de existência alimenta a alma em um (num) estado de plenitude. como tentar arrancar um buraco, ou apossar-se de deslugares, desnomes, etc etc
(acho importante frisar que "desnudo" não cabe ao contexto. O vazio de roupas, muitas vezes é consequência do espírito)