sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

14

Estralo meus ossos de longitude, aperto as pálpebras cutucadas e faço a digestão de pedaços de pele que se sujaram de terra.
Meu dedão ficou preso na fechadura, mas foi só em sonho, enquanto via seu amor ir embora.
Sinto vergonha
e não é nada
Mas é esse nada com que ando de mãos dadas, o vento leva ele de mim, mas tem nada pra todo lado

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

I

Tudo que existo é poeira e céu
E quando chove, minhas sobrancelhas
sorriem em linhas tão fininhas
que a vergonha escorre que nem choro

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

III

Abri a geladeira pra te procurar -
não foi de caso pensado.
Lá dentro a fome gritava:
meu outro nome todo mundo sabe,
mas ninguém tem coragem de dizer

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012