quinta-feira, 29 de março de 2012

c.g.j.

Lembrei hoje do seus chamados não atendidos em vinda, mas que eram no olhar

Que tem de errado
a morte é uma lombra

sábado, 24 de março de 2012

Guarda-chuva

o Quase estava entrando em parafuso, como quando o mundo vira fundo

o não-ser do silêncio em nome engoliu meus cotovelos,
e minhas coxas doem de esbaldamento no limo
É preciso beber a chuva de canudinho,
e cavar na terra uma 3x4 do abismo que só existe em referência,
porque a falta é preenchida de falta que não se sente,
que nem solidez do chão quando as orelhas ardem em brasa de amor

quarta-feira, 14 de março de 2012

it's alright it's alright it's alright

A menina que nunca viu o vento despertou com os pés em forma de bolhas
Seu sopro era terra
respirava em sólido e sorria sem muito
Tinha dedos de extensão e sentia o sol nas pálpebras sempre que
tocava sem querer o menino-ar
que passava na esquina do esquecimento com os olhos baixos
para nao errar o chão

quarta-feira, 7 de março de 2012

.

Eu te arrancava as tripas
E não ia ter nada dentro
Teu borboletário é invenção

No meu ouvido é vazio,
não adianta dizer
Sou oca de vesículas
e pelezinhas de canto de boca
(era uma lagarta quem dizia isso)
-No canto do cômodo, um Jesus escuro não piscava-
Eu comi todo amor
não tem nada dentro de mim,
nem de você.
O que você não leva na mão,
é meu também
Mas no meu ouvido é vazio

sexta-feira, 2 de março de 2012

Sexta Diminuta

A existência extirpou, que nem costela machucada.
Restou na parede uma projeção 12x8, que some antes
das três e quinze
-dói em mim, nos outros é faísca