sexta-feira, 29 de abril de 2011

quinta-feira, 21 de abril de 2011

I

A crônica de quem escreve. isso é
um escombro de vontade. e tem pés demais pisando
o chão. É necessário um distanciamento semântico(dessa vez
sem o palito) e o questionamento do necessário. "o que se diz é o que
se fala?"
A acentuação faz os tornozelos ficarem mais altos. "o amedrontamento
é real?". Receio que sim, capitão.
e na verdade, o medo era o da
negação. uma vontade
(fim)

II

-escutei meu nome o dia inteiro. Isso
pode ser um prelúdio do fim.
Confessou baixo, e também:
"chorei até me desencontrar"

não dei ouvidos.
podia ser medo de muita coisa,
ou vontade de coisa nenhuma

-isso é um clichê lingüístico.
eu não me desencontrei por você, foi
em mim mesmo.

A sua vontade tem gênero?
na verdade, eu só queria ir embora.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Astronauta

- eu não pedi sua ajuda.
E o melhor auxílio é de fato esse, como que caído do céu.
- e além do mais, você não se parece com
quem veio do céu.
"e já esteve lá para saber?"
Lembrou-se então que já morrera, sentiu o gosto das nuvens
e flutuou. Não havia de ser outro lugar.
Protelou:
- nem que viesse de debaixo da terra e me prometesse os
segredos do universo. Peço que se vá.
E não foi. O tempo transmutava e, naquele espaço,
instalou sua eternidade - como que dentro de vidro -
seus dedos do pé cresceram para raízes.
Até a salvação:
(reticências)

Esse texto não tem nome, mas tem a ver com escutar pelo IdA de cênicas

-Vou arrancar seus olhos com soda cáustica.
"ah que vida intinerante!"

não tenho entedimentos da semântica,
pensava como que pedra, ou espeto: machucador,
pois essa palavra é áspera e esfola a carne dos braços.
"eu adoro galinhas!"

e não havia sentido na adoração.
O que me doía, era o passamento da dor,
e sua apropriação de minha existência -
a transcendência do estrago metafísico
(e o físico logo se consumaria)
"cala essa boca, eu não vou repetir!"

na página cinco, e ouvindo palavras invisíveis
entre paredes transparentes.
"para a sua informação"

e não havia informação, só a vontade
do medo, ou algo que horrorizasse.