O homem era em cor
mas
vermelho e marrom
Amarelo não
Chorava em tinta e chorava muito
era sal
Da terra brotavam peixes em árvores secas
Pra nuvem alta, sussurrava
chove, chove
mas era longe
segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
Morrer com a ponta dos dedos
- Quero dormir debaixo à sua sombra
Mas, nas minhas unhas,
não mundo: distância e pele.
Porque o corpo incha e fede quando morto,
lhe abençoarei com o canto que precede a chuva
para que seja ninguém
e desapareça
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
O suicídio do galo
Não preocupa, tu
Que estou aqui e fecha os olhos
Essa coisa ruim que vem de dentro
No final é só aplauso
domingo, 26 de agosto de 2012
I
- Que diz sua virilha sobre o Ser?
três cabelos,
uma cicatriz
de circunstâncias poéticas,
um carrapato talvez,
os segredos do universo.
sábado, 25 de agosto de 2012
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
segunda-feira, 6 de agosto de 2012
Perdoai-me
O homem mau tinha os olhos do avesso
Amava em mentira e rezava de dor
Dizia
- morrerei na primavera,
mas frutos não nascerão na minha cabeça
Amava em mentira e rezava de dor
Dizia
- morrerei na primavera,
mas frutos não nascerão na minha cabeça
terça-feira, 17 de julho de 2012
Só
o personagem diz - o sertão vai virar mar. é um altar
de lágrimas que vem de dentro de mim.
A palavra dor no canto do olho
O sentir dor no canto da unha
a palavra fim na palavra mundo
(a diferença entre a naturalidade da cadeira e a cortina
que respira é o vento que leva gente embora)
de lágrimas que vem de dentro de mim.
A palavra dor no canto do olho
O sentir dor no canto da unha
a palavra fim na palavra mundo
(a diferença entre a naturalidade da cadeira e a cortina
que respira é o vento que leva gente embora)
quarta-feira, 4 de julho de 2012
Be Quiet Now
Não vou mais falar sobre o rio
De estrelas do mar
Que nadaram até aqui
(só) Pra
te ver
Passar
domingo, 17 de junho de 2012
seis do seis
- ninguém nunca deixou de existir porque morreu.
Tinha tristeza nas entranhas,
seus cabelos estranhos
pintavam poeira de rubro
"e existir errado, como anular?"
Posso fotografar seu sono
mas não o sonho
Tinha tristeza nas entranhas,
seus cabelos estranhos
pintavam poeira de rubro
"e existir errado, como anular?"
Posso fotografar seu sono
mas não o sonho
sexta-feira, 4 de maio de 2012
A lagarta
-Sou intérprete
de muitos atos simulados.
Meu olhar não tem idade
Carrego na mão meu outro eu,
que tem nome de bicho
O mar naufraga no teu ser
de muitos atos simulados.
Meu olhar não tem idade
Carrego na mão meu outro eu,
que tem nome de bicho
O mar naufraga no teu ser
segunda-feira, 16 de abril de 2012
sábado, 14 de abril de 2012
I met you right, but I kept you wrong
Na entrada de um túnel,
não tinha por onde sair
Uma voz dizia
Esse engenho de fachada
De gume bivalente
É pior que facada
no peito da gente
Guilhermina R., 32 anos, solteira,
tomaria naquela noite
28 pílulas de veneno para rato.
Diz-se que o gosto é ruim,
e que a matemática do 4 motivou o numeral.
Guilhermina R., uma ruína de gente no seu ser machucado,
tinha na desculpa da estricnina um sonhar atrofiado.
etc etc
não tinha por onde sair
Uma voz dizia
Esse engenho de fachada
De gume bivalente
É pior que facada
no peito da gente
Guilhermina R., 32 anos, solteira,
tomaria naquela noite
28 pílulas de veneno para rato.
Diz-se que o gosto é ruim,
e que a matemática do 4 motivou o numeral.
Guilhermina R., uma ruína de gente no seu ser machucado,
tinha na desculpa da estricnina um sonhar atrofiado.
etc etc
quinta-feira, 29 de março de 2012
c.g.j.
Lembrei hoje do seus chamados não atendidos em vinda, mas que eram no olhar
Que tem de errado
a morte é uma lombra
Que tem de errado
a morte é uma lombra
sábado, 24 de março de 2012
Guarda-chuva
o Quase estava entrando em parafuso, como quando o mundo vira fundo
o não-ser do silêncio em nome engoliu meus cotovelos,
e minhas coxas doem de esbaldamento no limo
É preciso beber a chuva de canudinho,
e cavar na terra uma 3x4 do abismo que só existe em referência,
porque a falta é preenchida de falta que não se sente,
que nem solidez do chão quando as orelhas ardem em brasa de amor
o não-ser do silêncio em nome engoliu meus cotovelos,
e minhas coxas doem de esbaldamento no limo
É preciso beber a chuva de canudinho,
e cavar na terra uma 3x4 do abismo que só existe em referência,
porque a falta é preenchida de falta que não se sente,
que nem solidez do chão quando as orelhas ardem em brasa de amor
quarta-feira, 14 de março de 2012
it's alright it's alright it's alright
A menina que nunca viu o vento despertou com os pés em forma de bolhas
Seu sopro era terra
respirava em sólido e sorria sem muito
Tinha dedos de extensão e sentia o sol nas pálpebras sempre que
tocava sem querer o menino-ar
que passava na esquina do esquecimento com os olhos baixos
para nao errar o chão
Seu sopro era terra
respirava em sólido e sorria sem muito
Tinha dedos de extensão e sentia o sol nas pálpebras sempre que
tocava sem querer o menino-ar
que passava na esquina do esquecimento com os olhos baixos
para nao errar o chão
quarta-feira, 7 de março de 2012
.
Eu te arrancava as tripas
E não ia ter nada dentro
Teu borboletário é invenção
No meu ouvido é vazio,
não adianta dizer
Sou oca de vesículas
e pelezinhas de canto de boca
(era uma lagarta quem dizia isso)
-No canto do cômodo, um Jesus escuro não piscava-
Eu comi todo amor
não tem nada dentro de mim,
nem de você.
O que você não leva na mão,
é meu também
Mas no meu ouvido é vazio
E não ia ter nada dentro
Teu borboletário é invenção
No meu ouvido é vazio,
não adianta dizer
Sou oca de vesículas
e pelezinhas de canto de boca
(era uma lagarta quem dizia isso)
-No canto do cômodo, um Jesus escuro não piscava-
Eu comi todo amor
não tem nada dentro de mim,
nem de você.
O que você não leva na mão,
é meu também
Mas no meu ouvido é vazio
sexta-feira, 2 de março de 2012
Sexta Diminuta
A existência extirpou, que nem costela machucada.
Restou na parede uma projeção 12x8, que some antes
das três e quinze
-dói em mim, nos outros é faísca
Restou na parede uma projeção 12x8, que some antes
das três e quinze
-dói em mim, nos outros é faísca
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
14
Estralo meus ossos de longitude, aperto as pálpebras cutucadas e faço a digestão de pedaços de pele que se sujaram de terra.
Meu dedão ficou preso na fechadura, mas foi só em sonho, enquanto via seu amor ir embora.
Sinto vergonha
e não é nada
Mas é esse nada com que ando de mãos dadas, o vento leva ele de mim, mas tem nada pra todo lado
Meu dedão ficou preso na fechadura, mas foi só em sonho, enquanto via seu amor ir embora.
Sinto vergonha
e não é nada
Mas é esse nada com que ando de mãos dadas, o vento leva ele de mim, mas tem nada pra todo lado
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
I
Tudo que existo é poeira e céu
E quando chove, minhas sobrancelhas
sorriem em linhas tão fininhas
que a vergonha escorre que nem choro
E quando chove, minhas sobrancelhas
sorriem em linhas tão fininhas
que a vergonha escorre que nem choro
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
III
Abri a geladeira pra te procurar -
não foi de caso pensado.
Lá dentro a fome gritava:
meu outro nome todo mundo sabe,
mas ninguém tem coragem de dizer
não foi de caso pensado.
Lá dentro a fome gritava:
meu outro nome todo mundo sabe,
mas ninguém tem coragem de dizer
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
Como cozinhar uma perereca viva
Parecia conformado com a desgraça que portava, mas só quando dizia,
e não se valha sempre disso, e não amarre os cadarços dessa forma
-eu não gosto de como você respira.
O melhor dos outros sou eu
Abstenha-se do caminhar, solte os pés e as mãos, se é incapaz de entender
(e sempre será),batuque sua própria tigela.
Dessa vez é absoluto e irremediável, não por medo só, das palavras,
mas não volto a dizê-las nunca mais, nem mesmo o perdão, que tanto curaria e só quebra.
e não se valha sempre disso, e não amarre os cadarços dessa forma
-eu não gosto de como você respira.
O melhor dos outros sou eu
Abstenha-se do caminhar, solte os pés e as mãos, se é incapaz de entender
(e sempre será),batuque sua própria tigela.
Dessa vez é absoluto e irremediável, não por medo só, das palavras,
mas não volto a dizê-las nunca mais, nem mesmo o perdão, que tanto curaria e só quebra.
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
deixa pra lá
Ontem eu senti uma fisgada esquisita no meu
dedinho do pé que me fez refletir sobre a
existência, o canto azul dos sapos da basiléia,
e essa dor de mundo
que às vezes vira dor de dente.
dedinho do pé que me fez refletir sobre a
existência, o canto azul dos sapos da basiléia,
e essa dor de mundo
que às vezes vira dor de dente.
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